Planeta Herói: Review: Vingadores Selvagens 2

Conan e o Justiceiro lutam para escapar da Terra Selvagem. A seguir, o cimério, que odeia magia, terá o desprazer de se aliar a dois poderosos feiticeiros em sua missão: Doutor Estranho e Doutor Destino!

Vingadores Selvagens 2 - Crítica

Essa edição tem início com Conan e Justiceiro enfrentando os perigos da Terra Selvagem enquanto transportam os cadáveres da família do Justiceiro de volta à civilização.

Apesar dos poucos diálogos, é possível notar um respeito e um ambiente de camaradagem entre esses dois homens brutos, sobretudo ao final de cada uma das muitas lutas com monstros que a jornada de ambos por esse terreno inóspito lhes proporciona. É uma história simples que pretende levar os personagens de um ponto a outro mostrando as dificuldades que eles encontram pelo caminho. Até aí não vi muitos problemas, mas o que vem a seguir é bem desanimador.

Após chegarem a um porto na Antártida, os companheiros se separam, seguindo para destinos diferentes. O Justiceiro vai para os EUA, para enterrar seus parentes, enquanto Conan segue para a América do Sul e, na busca por seu inimigo Kulan Gath, vem parar no Brasil.

A história, publicada originalmente no primeiro título anual da série, traz uma trama de tráfico de mulheres com ligação com o feiticeiro maligno e participação de Hellstrom e da Viúva Negra. O modo como os personagens se encontram continua sendo bastante aleatório, e passa a impressão de que o autor só quer juntar Conan a outros personagens sanguinários da Marvel para a mais nova chacina da semana. O roteiro é tão pífio que o destaque deste capítulo acaba sendo a postura da Viúva em ignorar as investidas do cimério, enquanto todas as outras mulheres locais se insinuam para ele.

Continuando o festival de encontros aleatórios, Conan é magicamente transportado para a Latvéria, onde tem um "jantar de negócios" com o Doutor Destino. O vilão tem interesse no medalhão que Conan roubou de Kulan Gath e estava prestes a fazer uma oferta por ele quando o Doutor Estranho, que foi informado pela Electra sobre o sequestro do Doutor Vodu, aparece no lugar. Depois de discutirem um pouco, o trio segue para a cidade itinerante que é o lar de Kulan Gath, e partem pra violência contra o bruxo do mal.

Nesse ponto é interessante notar um certo contraponto entre Estranho, mais ponderado e pacífico, e os seus companheiros de batalha, mais agressivos e dispostos a tudo para vencer. Alguns diálogos entre os dois doutores e o desconforto de Conan em ter de atuar com os dois magos são, sem dúvida, o melhor que esse encadernado tem a oferecer. Mas, mesmo assim, é bem abaixo da média e inferior ao que foi visto no volume anterior, tanto em termos de roteiro como de arte.

Sem Mike Deodato, que se aposentou no número 5 desta revista, o título perdeu demais. Os desenhistas que o substituíram até fizeram um trabalho razoável, principalmente Patrick Zircher, que tem um traço limpo e fluído, mas que não consegue imprimir a mesma identidade visual, que tão bem combinou com o estilo do grupo, visto na arte de Deodato.

Soma-se a isso também a ausência de figuras populares como o Wolverine e o Venom nessa sequência de histórias e temos o pior volume deste título até aqui.

Ficha Técnica

Veredito: O leitor de Vingadores Selvagens não deve esperar um roteiro inteligente e cheio de reviravoltas como vemos em alguns outros títulos de quadrinhos. Aqui, o escritor Gerry Duggan tenta fazer o básico de uma trama de ação, juntando um grupo de personagens "casca-grossa" para socar vilões e seus capangas sem remorso. O problema é quando esse grupo não está mais unido e os substitutos não estão à altura, em termos de carisma. Ok, o Dr. Destino é um personagem interessante e sua interação com Conan e o Dr. Estranho rendeu alguns bons momentos, mas numa história rasa que se resume a praticamente repetir o que já foi visto no volume anterior, porém, de uma forma menos empolgante e com uma arte inferior, o resultado, em minha opinião, não foi dos melhores. Recomendo apenas a quem coleciona e não quer perder nem um número sequer dessa revista. Os demais podem pular esse volume sem medo, e tentar a sorte de, quem sabe, obter uma melhora no próximo encadernado.

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