07/06/2021

Review: Until Dawn


Assustador, envolvente, e com inúmeras opções de alterar a história, assim é Until Dawn, jogo exclusivo para PS4/PS5, com um visual incrível, atores reais, dublagem em Português e a garantia de muitos sustos para os jogadores.







Until Dawn - Crítica (sem spoilers)

Considerado uma das maiores surpresas do ano, uma vez que nem mesmo a própria Sony apostava muito no game, Until Dawn fez um enorme sucesso, tornando-se um verdadeiro campeão de buscas na internet por vídeos de gameplay. Isso se deve ao fato de que existem várias combinações possíveis para o destino dos personagens e cada escolha, por menor que seja, pode determinar quem irá sobreviver até o amanhecer. 

A história começa quando um grupo de 10 amigos resolve passar alguns dias num chalé isolado nas montanhas. Sabendo que Hannah tem uma queda por Mike, todos aplicam um trote na garota, fazendo ela acreditar que sua paixão enfim será correspondida. Ao descobrir a farsa Hannah se sente humilhada e foge para a floresta. Sua irmã Beth vai atrás dela e ambas desaparecem misteriosamente.

Beth sai em busca da irmã

Abalados, os amigos se afastam por um tempo, até serem convidados por Josh, irmão de Hannah e Beth, para voltar ao chalé de sua família, exatamente um ano após a tragédia, como forma de ajuda-lo a superar o trauma da perda.

Desconfortáveis com o pedido, mas dispostos a ajudar o amigo, todos retornam para passar mais uma noite reunidos, ignorando o perigo que cerca o inóspito lugar.

Mal o jogo começa e já somos apresentados aos comandos básicos e a um sistema de escolhas que nos permite decidir entre duas opções, que poderão levar a caminhos diferentes.

Matt, decidindo se acalma Emily ou lhe dá uma bronca

Nem sempre essas ações tem efeito imediato, podendo desencadear eventos que só serão vistos bem mais à frente na história, ou então não mudarão praticamente nada. Mas é sempre interessante ver os diálogos modificados e as variações nos status de relacionamento. Cada personagem tem uma tabela que mede o grau de afinidade com cada um dos outros membros do grupo. Isso normalmente não interfere muito, mas pode ser crucial para juntar ou separar casais. Há também um medidor de moral e personalidade que se altera de acordo com as ações de cada um.

O visual do game é espetacular e muito realista, a ponto de algum desavisado em visita a sua casa poder achar que está vendo um filme ao invés de um jogo. O fato de os modelos dos personagens serem 100% fiéis a atores de verdade contribui bastante para isso. A maior parte do elenco é formada de atores jovens e não muito conhecidos, mas é bem possível que você reconheça pelo menos dois deles: Hayden Panettiere, a líder de torcida Claire da série de TV Heroes, e Brett Dalton, conhecido pelo papel de Grant Ward, na série Agents of S.H.I.E.L.D. Há também a curiosidade de ver a "atuação" de um jovem Rami Malek, muito antes de ele ganhar um Oscar interpretando Fred Mercury no filme Bohemian Rhapsody.

Sam (Hayden Panettiere) e suas barras de status

Os efeitos e a trilha sonora tem um papel fundamental na imersão do jogo. O som dos animais, do vento, da água e até do fogo queimando ajudam não só a criar um clima assustador como também a antever coisas que estão acontecendo num local mais a frente. A música também é essencial para acalmar ou, na maioria das vezes, aumentar a tensão nas diversas vezes em que seu coração irá acelerar durante o game.

A construção dos cenários é muito boa e coesa, o que ajuda na hora em que é preciso voltar a um lugar conhecido para coletar novas pistas ou mesmo para realizar uma nova ação com algum personagem. O clima como sempre é sinistro e com alguns toques bizarros, típicos de um filme de horror.

Chris e Ashley num cenário assustador

A trama é claramente inspirada em vários clássicos de filmes de terror com adolescentes, mas nem por isso deixa de trazer algumas reviravoltas interessantes e momentos realmente apavorantes. Além da história central focada no grupo de amigos, existem algumas subtramas e mistérios que vão sendo desvendados de acordo com as decisões dos personagens e a dedicação do jogador em vasculhar cada canto dos cenários em busca de pistas. Como um incentivo à exploração, o game conta com uma ótima localização para o português, tanto na dublagem que está muito profissional, quanto na extensa quantidade de textos, que enriquecem e esclarecem muitos pontos da história.

Ainda falando de pistas, uma das coisas mais legais do game, em minha opinião, é o sistema de totens que possibilitam prever eventos futuros, que podem ou não acontecer dependendo das suas escolhas. Esses totens, que pertenciam a antigas tribos indígenas da região, são divididos em 5 grupos: Morte - mostra uma possível situação de morte para o personagem que o encontrou; Orientação - mostra uma opção de ação para um evento futuro; Perda - mostra uma possível situação de morte para um amigo; Perigo - mostra uma situação que exige atenção e pode ser perigosa; Fortuna - mostra um possível desfecho bom para um personagem. Esses totens não possuem uma ordem muito definida e costumam ficar escondidos nos cantos mais remotos e, principalmente, na floresta.

Totens podem fornecer informações valiosas

Outro destaque do game, e provavelmente seu grande diferencial, é o sistema de "efeito borboleta". Quem conhece o filme de mesmo nome estrelado por Ashton Kutcher, ou já ouviu falar do trecho da "teoria do caos" que diz que, teoricamente, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, provocar um tufão do outro lado do mundo, vai captar rapidamente a intenção dos produtores.


Na prática o jogo oferece uma árvore de variações na história que se abre a cada vez que o jogador toma uma decisão importante em momentos-chave pré-determinados. Ou seja, se em determinado momento você, controlando um personagem, escolher, por exemplo, ficar com uma arma ao invés de entrega-la a outro, irá influenciar no destino de ambos, podendo inclusive decidir quem terá mais chances de sobreviver. A questão é que, ao jogar pela primeira vez, você não sabe quais são esses momentos-chave, o que aumenta muito a tensão na hora de fazer qualquer escolha, por mais banal que ela pareça. E isso é muito empolgante.

Efeito Borboleta

Por outro lado, toda essa sensação de liberdade de escolha é um pouco frustrada quando você joga uma segunda vez e percebe que o destino não é tão maleável assim. A quantidade de personagens sobreviventes e os segmentos de cada um realmente são bastante influenciados por esse sistema, porém a história principal segue um trilho fixo e imutável. Ou seja, se você fizer algo que mude muito a linha padrão, o jogo irá dar um jeito de contornar isso para leva-lo de volta aos trilhos. Isso não chega a atrapalhar a experiência de jogo e nem a vontade do jogador em refazer os caminhos com escolhas diferentes para ver o que acontece com seus personagens preferidos (ou menos preferidos), mas quebra um pouco aquele slogan de "liberdade total" prometida pelos desenvolvedores.

O que atrapalha de fato a jogabilidade é o excesso de "quick time events", eventos que precisam ser resolvidos com o apertar de um botão dentro de um tempo determinado, que o game oferece. 

Não olhe para trás

Claro que isso aumenta a tensão, considerando que qualquer erro neste game pode ser fatal, mas é muito frustrante ver algo importante, construído em horas de jogo, indo por água abaixo só porque o sistema entendeu que você deveria ser punido por não ter conseguido apertar o botão certo no tempo certo. 

E acredite, por melhor que você seja, você irá errar em algum momento, principalmente perto do final quando o tempo para executar os comandos se torna insanamente curto. Pior do que isso só mesmo os famigerados momentos em que você tem que ficar totalmente imóvel, pois qualquer mexida leve no controle pode significar o fim da linha. Há rumores de que esses momentos são uma herança do projeto original, que previa o uso do PS-Move, o controle de movimentos da Sony. Sendo assim, caso algum dia seja feita uma sequencia, acredito que o sistema possa ser refinado e resultar em algo mais prático.


Ficha Técnica



Veredito: Until Dawn é um daqueles games exclusivos que você não vai se arrepender de ter na sua coleção, tamanha a sua qualidade e alto índice de rejogabilidade. Mesmo quem não é fã de histórias de terror, ou não tenha coragem de jogar com as luzes apagadas e um fone de ouvido pra curtir o máximo da imagem e do som espetaculares, pode se empolgar em jogar esse "filme interativo" na companhia de amigos ou familiares e curtir algumas horas de surpresas e sustos coletivos. O sistema de escolhas não é tão livre como o prometido, mas ainda assim é excelente e traz uma boa quantidade de variações. Os momentos em que o jogador precisa apertar um botão, mirar ou deixar o controle imóvel em meio a um caos de tensão emocional, podem render algumas frustrações, ainda que se encaixem dentro da proposta do game. Mas, não há como negar que mesmo com alguns pequenos problemas, este é um dos melhores e mais surpreendentes games lançados em 2015 e que pode ser encontrado hoje, em 2021, gratuitamente para PS5 com a PSplus.

O jogo físico traz ainda alguns extras como entrevistas com os atores e vídeos de bastidores da produção, que vão sendo desbloqueados conforme o jogador avança na trama.





Resenha produzida e publicada por Marcelo Cardoso em 17/01/2016.
Atualizado em 07/06/2021.

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