24/01/2016

Review: Snoopy e Charlie Brown - O Filme


Comemorando 65 anos de sua criação, Snoopy, Charlie Brown e toda a turma, enfim chegam às telas de cinema. O resultado é um filme leve, divertido e com uma mensagem positiva, que deverá agradar a todas as idades. 





Snoopy e Charlie Brown - Crítica
Cartaz do filme (EUA)

Quem foi criança nas décadas de 1980 e 1990 deve ter boas lembranças de um desenho animado que mostrava um cãozinho muito doido e atrevido, que tinha um dono extremamente atrapalhado e com um azar de nível épico, se metendo em grandes confusões ao lado de uma turminha recheada de personagens únicos e muito carismáticos.

Grande sucesso em todo o mundo, Snoopy, Charlie Brown (ou "Minduim" como ele é chamado por sua amiga Patty Pimentinha) e companhia, foram criados para as tiras de jornal em 02 de outubro de 1950 pelo genial cartunista americano Charles Schulz. Tímido e solitário na adolescência, Schulz se alistou no exército americano e serviu na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Muitos afirmam que Charlie Brown e Snoopy seriam alter egos do autor, representando momentos distintos de sua vida. 

Esse contraste também é percebido na trama do filme que alterna entre a extrema timidez de Charlie Brown, que é posta à prova a cada nova tentativa de se aproximar da Garotinha Ruiva, e a coragem de Snoopy, que além de ser bom em tudo o que faz, ainda se apresenta, em pensamentos, como um ousado piloto que tenta resgatar sua amada Fifi das garras do perigoso Barão Vermelho.

Recheado de referências às tiras originais e ao desenho animado da TV, o filme explora um dos seus temas mais marcantes: a paixão platônica de Charlie Brown pela garota de cabelos ruivos. Menos cruel do que de costume, o roteiro, que conta com a colaboração do filho e do neto de Charles Schulz, mostra um "Minduim" menos pessimista e que consegue se dar bem algumas vezes durante a sua dura jornada. Mas, esses breves triunfos são logo frustrados pela sua lealdade, honestidade e solidariedade, características que fazem de Charlie Brown um dos personagens de coração mais puro já criado. O engraçado é que mesmo esperando pelo fracasso eminente, o público torce pelo sucesso de Charlie e valoriza as suas atitudes. E o final recompensa a todos, trazendo um pequeno, mas importante, sentimento renovado de que a bondade pode sim valer a pena.


Essa leveza e romantismo é reforçado pelo fato de a história se passar quase toda à moda antiga, com pessoas se comunicando por cartas, trabalhos escritos à mão, pesquisas em bibliotecas e brincadeiras que remetem a uma infância saudável e feliz, como soltar pipas, se reunir com os amigos e praticar esportes. Claro que ninguém questiona os benefícios e facilidades da vida moderna e toda a sua tecnologia, mas apresentar às crianças de hoje um vislumbre de como as coisas eram antes, é quase como mostrar-lhes um mundo novo, além de ser um belo exercício de nostalgia para todos que viveram essas experiências.

Cartaz do filme (França)
Contrastando com esse lado retrô, a animação utiliza muito bem os recursos da computação gráfica, exibindo personagens e cenários em 3D, com muita competência. Uma bela sacada da equipe responsável por filmes como Rio e A Era do Gelo 4, foi manter o rosto dos personagens no traço original, possibilitando que as expressões da turminha se destacassem.

A trilha sonora, que sempre foi um dos pontos fortes do desenho animado, manteve a qualidade e embalou muitos dos momentos mais importantes e engraçados do longa. Vale também destacar o bom trabalho de dublagem, tanto do elenco original, quanto da equipe brasileira. Claro que os fãs mais antigos iriam preferir ouvir a clássica frase "Que puxa!" na voz do ator Selton Mello, que fazia a voz do "Minduim" nos anos 80, mas o novo dublador também é bom.

Num certo ponto da trama, Snoopy encontra uma antiga máquina de escrever e começa a fantasiar sobre um Ás da aviação que tem a namorada roubada por seu grande rival, o lendário Barão Vermelho. Esses momentos se intercalam com as desventuras de Charlie Brown, e apesar de ter algumas piadinhas divertidas e servir para acrescentar uma dose de ação 3D ao filme, são meio "bobinhos" e duram tempo demais na tela, tirando um pouco o foco da história principal.

Ficha Técnica


Veredito: Ainda que o teor melancólico das tiras de Schulz tenha sido amenizado a fim de atrair um público mais jovem, a essência dos personagens e todo o carisma de suas histórias foi preservado, criando um filme visualmente agradável, gostoso de assistir, e que carrega uma mensagem de otimismo e inocência que faz falta nos dias de hoje, seja para crianças ou adultos. 




Galeria

     
   



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