Numa das fases mais espetaculares dos X-men, Joss Whedon e John Cassaday trazem de volta o fascínio e a empolgação de outros tempos, lembrando a genial parceria de Chris Claremont e John Byrne com os mutantes!
Surpreendentes X-men Vol.1 - Crítica
Com o final da aclamada série de Grant Morrison, Novos X-men, ninguém poderia imaginar, na época, que algum outro autor conseguiria manter a qualidade do título no mesmo nível, ou fazer ainda melhor. Mas, Joss Whedon conseguiu.
A primeira providência de Whedon foi mudar o foco da equipe: saem as roupas de couro preto e os lamentos de uma raça oprimida, entram os uniformes coloridos e o ideal super heroico de lutar pelo bem de todos, sejam humanos ou mutantes.
A formação do grupo lembra a das fases clássicas, com seis elementos, cada qual com uma habilidade e uma personalidade distinta. São eles: Ciclope, Fera, Wolverine, Kitty Pryde, Emma Frost e Colossus, que retorna dos mortos de forma triunfal!
Os dois arcos que compõem esse encadernado são:
Superdotados: O primeiro arco, em 6 partes, mostra os X-men sendo atacados por um alienígena chamado Ord que, supostamente, teria vindo à Terra para eliminar o x-man que seria responsável pela destruição do seu planeta, o Grimamundo. Contando com o apoio de uma organização federal, o alienígena auxilia a Dra. Kavita Rao a criar um soro chamado “Esperança”, capaz de tirar os poderes dos mutantes, com a intenção de curá-los. De posse de uma amostra da fórmula, Hank McCoy, o Fera, descobre traços do DNA do falecido Piotr (Peter) Rasputin, o Colossus, em sua composição. Os x-men então investem contra o centro de pesquisas e encontram bem mais do que o cadáver de seu antigo colega. Colossus está vivo! Ord, o responsável pela ressurreição do x-man, vinha mantendo-o prisioneiro para servir de cobaia a inúmeros testes em seu laboratório. Furioso, o mutante e seus amigos partem para destruir o alienígena, o que só não acontece devido à intervenção de Nick Fury e a S.H.I.E.L.D.
Esse arco mostra o surpreendente retorno de Colossus e seu emocionante reencontro com Kitty Pride, num dos momentos mais marcantes da história dos X-men.
Perigoso: O segundo arco, também em 6 partes, coloca os X-men contra uma versão “viva”, dotada de inteligência artificial, da Sala de Perigo. Por ser o local de treino dos mutantes, a sala conhece os pontos fortes e fracos de cada x-man, tornando o combate extremamente desfavorável aos filhos do átomo. É aí que entra em cena o Professor Xavier, que consegue surpreender a máquina e ajudar seus pupilos a conquistar a vitória. No entanto, esse triunfo tem um gosto amargo, pois os X-men descobrem que seu mentor tinha conhecimento de que a sala havia adquirido consciência, há muito tempo, e não só guardou segredo, como bloqueou seu desenvolvimento para tirar proveito das suas habilidades.
Whedon, que confessou ser um leitor assíduo dos X-men desde a infância, utiliza muito bem seu conhecimento da complexa cronologia dos mutantes, de maneira simples e eficiente, tornando o material acessível também aos novos leitores. O maior destaque, sem dúvida, está nos diálogos ricos, repletos de humor, e na inteligente caracterização dos personagens, que os aproxima da realidade, tornando-os bastante familiares.
Como acontece em todo bom enredo, existe uma trama principal que corre paralelamente aos eventos de cada arco e vai revelando-se aos poucos até atingir o clímax final.
Claro que nada disso seria possível sem o excepcional trabalho de John Cassaday. Sua arte transcende o simples ato de representar ações e, muitas vezes, é capaz de contar a história por si só, sem a necessidade de qualquer texto, como ocorre nas cenas em que Kitty e Peter estão juntos, na primeira seqüência do arremesso especial, entre outros momentos em que as imagens dizem mais do que as palavras.
A produção da Panini Comics está muito boa, com ótima impressão, capa dura, todas as capas originais, materiais extras, e a excelente ideia de reunir 12 volumes do título original num só encadernado.
Ficha Técnica
Veredito: Grande fã de X-men que sou, desde que comecei, ainda criança, a ler quadrinhos de super-heróis, posso afirmar que essa fase é, sem dúvida, uma das melhores. Trata-se de um trabalho primoroso, um novo clássico, não só dos X-men, mas das histórias em quadrinhos, em geral. Uma prova de que não é preciso apelar para grandes crises a fim de criar uma série de sucesso, basta investir numa trama simples, porém inteligente, numa caracterização fiel dos personagens, com respeito aos fãs, criando algo acessível e, principalmente, divertido. Afinal, histórias em quadrinhos são feitas, acima de tudo, para entreter e divertir.
Galeria
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