11/05/2021

Review: Star Wars - O Despertar da Força


Combinando figuras icônicas como Han Solo e a princesa Leia, com novos e incríveis personagens como a jovem Rey, o soldado Finn, e o simpático BB-8, o diretor J.J. Abrams reinventa uma das maiores franquias da história do cinema! 






Star Wars: O Despertar da Força - Crítica

Após uma trilogia de origem bastante morna, George Lucas estava devendo aos fãs uma continuação à altura dos filmes clássicos, e eis que, pelas mãos da Disney e do diretor J.J. Abrams, isso enfim se realizou.

Trazendo de volta boa parte do elenco original, mesclado a algumas caras novas e talentosas, numa trama que se inspira muito em Star Wars - Uma Nova Esperança, o diretor conseguiu estampar um sorriso no rosto de toda uma geração que cresceu ouvindo dos pais sobre o quanto Star Wars era bom e também dos próprios pais, avós, tios... que certamente se emocionaram ao rever seus velhos heróis, brilhando mais uma vez, na telona dos cinemas.



A trilha sonora de John Williams continua tão empolgante e em perfeita harmonia com o universo de George Lucas, quanto no momento em que foi concebida. E a escolha de J.J. Abrams em usar robôs, naves e locações reais, misturadas a elementos criados em computação gráfica não poderia ter sido mais acertada. Isso passa um ar de realismo muito maior e mais próximo do espírito dos primeiros filmes.

O destino da protagonista Rey é muito parecido com o de Luke Skywalker. Vivendo miseravelmente num planeta de clima desértico e inóspito, ela se vê, de repente, envolvida em algo muito maior. De posse de um mapa disputado por todos, Rey e seu novo amigo Finn, enfrentam grandes perigos a medida que descobrem novas habilidades e sentimentos que nem sabiam possuir.


O clima descontraído e leve da jornada da dupla contrasta o tempo todo com a sensação de perigo e urgência que a missão oferece, o que traz algo familiar e, ao mesmo tempo, inesperado.

Não vou aqui revelar nenhuma surpresa para quem ainda não viu, mas o filme tem ao menos duas cenas de forte impacto emocional, e outras tantas que remetem a duelos, combates e momentos que ficaram eternizados na história da saga. Entre esses, alguns dos meus favoritos são uma cena com monstros e um "chamado de cavalaria" com X-Wings.

Han Solo, Leia e Chewbacca estão de volta, exatamente como sempre foram e, não fosse o envelhecimento natural dos atores, seria possível dizer que eles nunca se foram e estiveram ali, todos esses anos, esperando por uma nova aventura. 



Star Wars sempre teve personagens femininas fortes, como Leia e Amidala, mas Rey é, de longe,  a melhor de todas, não só por ser a protagonista, mas graças ao talento da jovem atriz Daisy Ridley. Ela, ao lado de John Boyega, que vive o improvável herói Finn, um ex-stormtrooper que se rebela contra o poder opressor da Primeira Ordem, e ao carismático dróide BB-8, são responsáveis por algumas das melhores cenas do longa e já garantiram seu lugar na galeria de ícones consagrados que formam o "hall da fama" da franquia. 

O trabalho realizado pela produção com o robozinho BB-8, que é de verdade e não uma criação digital, dando-lhe personalidade e "expressões" apenas através de gestos e sons que ele emite, é digno de aplausos. E a relação de amizade entre ele e o piloto Poe Dameron, interpretado com competência por Oscar Isaac, lembra muito a parceria de Luke com R2-D2.

O ator Adam Driver por outro lado, não conseguiu imprimir ao seu vilão Kylo Ren uma personalidade marcante capaz de despertar o amor ou o ódio do público. Claro que substituir Darth Vader, simplesmente um dos maiores vilões de todos os tempos, não é tarefa fácil, e não se resume apenas em copiar seu visual. Mas o fato é que o personagem, apesar de poderoso, é indefinido e aparenta ter sido mal construído. Em sua defesa, o diretor disse que o vilão ainda é novo e confuso, e vai crescer nos próximos filmes. Pode ser, mas nesse primeiro momento, não me convenceu. Mesmo no seu principal momento no filme, não consegui sentir nele toda a carga emocional ou o toque de maldade que a situação exigia.



Outra coisa que me incomodou foi a súbita aparição da Primeira Ordem em substituição ao Império. Eles são exatamente iguais ao Império. Possuem as mesmas naves, os mesmos soldados stormtrooper, a mesma hierarquia, e até mesmo uma versão turbinada da Estrela da Morte, mas não se assumem como o Império. Claro que o Império, como era antes, não existe mais e a galáxia agora é governada pela República, e portanto faz sentido um novo nome, porém, um lado mais religioso foi incorporado ao antigo exército, na figura dos Cavaleiros de Ren, comandados pelo Líder Supremo Snoke, e a origem disso tudo não é sequer citada no filme. E qual o sentido de a República se intitular como a Resistência, se eles é quem estão no poder agora?

Mas isso são apenas pequenos detalhes, que poderão ser melhor explicados nos próximos filmes, e com certeza não tiram os méritos desta obra que não só respeita a grandeza do que veio antes, como abre caminho para uma nova era de muito sucesso para antigos e novos fãs de Star Wars.


Ficha Técnica



Veredito: Star Wars - O Despertar da Força, o sétimo episódio de Star Wars, tinha a difícil missão de continuar o que foi visto no final da trilogia clássica e ao mesmo tempo apresentar a franquia a um novo público, que talvez não tivesse assistido a nenhum dos filmes anteriores. Em minha opinião, essa meta foi alcançada com sucesso e o resultado é um filme moderno e nostálgico na mesma medida, além de ser muito, muito divertido! Algumas falhas na construção do novo vilão e da nova organização que utiliza o Lado Negro da Força incomodam um pouco, mas são pequenas fagulhas perto da genialidade presente nos novos protagonistas, no BB-8 e no prazer de rever velhos conhecidos como Han Solo, Leia, Chewbacca, R2-D2 e C-3PO em situações que nos fazem lembrar o motivo de Star Wars ser uma franquia tão adorada. 

E para quem deseja saber se Luke Skywalker está no filme... sim, ele está. Afinal, toda a trama se baseia na busca pelo último Jedi que está desaparecido. Mas para saber como e porque, só assistindo mesmo. Eu recomendo.



Galeria de Imagens






Curiosidades

* O criador da série, George Lucas, afirmou que a transição da Lucasfilm para a Disney foi uma maneira de "passar Star Wars para uma nova geração de cineastas.

* Michael Arndt redigiu o roteiro deste filme baseando-se no esboço de George Lucas para a abandonada trilogia sequencial da saga original. Apesar de poucos detalhes do escrito terem tornado-se públicos, o escritor Dave Pollack confirmou que a história abordaria a construção da Nova República após a queda do Império, que Luke Skywalker, Princesa Leia e Han Solo apareceriam, e que os filhos deles seriam os personagens principais da história. No entanto, o roteiro de Arndt foi rejeitado e um novo script foi escrito por J.J. Abrams e Lawrence Kasdan.

* Segundo a presidente da Lucasfilm, Kathleen Kennedy, quando Harrison Ford e Chewbacca puseram os pés no set da Millennium Falcon, cada pessoa no set estava deslumbrada. Kennedy alega que cerca das 200 pessoas no local estavam completamente quietas, devido à presença icônica de Ford e Chewbacca de volta à nave de Han Solo.

* Ao assinar contrato para assumir o comando de O Despertar da Força, J.J. Abrams tornou-se o primeiro cineasta a dirigir um filme de Star Trek e de Star Wars. O filme teve um orçamento de 200 milhões de dólares, o mais caro da série até agora. 

* Rian Johnson, diretor de Looper: Assassinos do Futuro, foi anunciado como diretor e roteirista do Episódio VIII (2017) e colaborador no roteiro do Episódio IX (2019).

* Elizabeth Olsen, Jennifer Lawrence e Shailene Woodley foram consideradas para o papel de Rey. Olsen recusou a audição, pois já tinha um contrato com a "Marvel Studios" como a intérprete da Feiticeira Escarlate na sequência de Os Vingadores, e, as datas de filmagem coincidiam com as de Era de Ultron. Em abril de 2014, J.J. Abrams escolheu Daisy Ridley como Rey, a fim de repetir o mesmo feito de George Lucas, selecionando atores pouco conhecidos para desempenhar papéis principais.

* Poe Dameron (interpretado por Oscar Isaac) tem o sobrenome do ex-assistente pessoal de J.J. Abrams, Morgan Dameron e o nome do ursinho panda de sua filha, Poe.

* O novo droid BB8 é inspirado em um dos primeiros conceitos de Ralph McQuarrie para R2-D2. Ao invés de uma pequena unidade R2 acoplada a uma grande bola, o conceito original abarcava a ideia de um corpo R2-D2 sem pernas descansando em uma esfera menor. Essa concepção foi abandonada, pois era impossível fazê-la funcionar em meados de 1970.

* Esta nova trilogia de Star Wars (episódios VII, VIII e IX) apresentará uma nova linha de tempo com um novo Universo Expandido chamado "New Universe", com novas histórias nos livros, quadrinhos, jogos, etc. O antigo Universo Expandido ainda é reconhecido pela Lucasfilm, mas foi movido dos eventos originais para uma "linha do tempo alternativa" conhecida como "Legend Universe". A linha do tempo oficial da franquia é agora composta por: Episódios: I, II, III; Star Wars: The Clone Wars (2008); Star Wars Rebels (2014); Episódios: IV, V, VI (trilogia Original), Star Wars Battlefront (2015), e os novos Episódios: VII, VIII, IX).



Para mais reviews e matérias especiais sobre filmes, acesse: Filmes!

Gostou desse conteúdo? Compartilhe nas suas redes sociais! Deixe também a sua opinião nos comentários! 

Nosso canal no Instagram: @planeta.heroi

Nenhum comentário:

Postar um comentário