12/05/2021

Review: Bidu - Caminhos


Retratados de forma criativa e com muita sensibilidade, os animais são os grandes astros dessa aventura. Bidu - Caminhos encanta e se destaca pelo visual e pelo jeito inovador de contar a história desse simpático cãozinho.
 





Bidu: Caminhos - Crítica

Bidu e Franjinha foram os primeiros personagens criados por Maurício de Souza, lá em 1959, para serem publicados em tiras no jornal A Folha de São Paulo. Por isso, a expectativa em torno da primeira HQ dos personagens para o selo Graphic MSP era grande. Coube a dupla de autores mineiros Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho, a missão de criar algo à altura do legado de seu criador. E o trabalho deles realmente surpreendeu.

A primeira coisa que chama a atenção no álbum é a arte em estilo desenho animado e em cores tão suaves que parecem estar ilustrando um sonho. Em alguns momentos, como quando há perigo no ar, ou quando o personagem principal está sozinho e deprimido, as cores assumem um tom mais sombrio. 

Outro recurso bacana utilizado pelos autores é a chuva, que aumenta de intensidade conforme a tensão na história aumenta. E as onomatopéias, frases que geralmente reproduzem o som nos quadrinhos, aqui são mostradas quase como um personagem à parte, reforçando a ação do momento.

Ainda no campo visual, o modo como as "falas" dos cães são retratadas, através de balões com figuras que passam a ideia de quem está se comunicando, são uma ótima sacada. Interessante notar que cada cão tem a sua própria maneira de se expressar, revelando um pouco da personalidade de cada um.  

Diferente dos quadrinhos tradicionais onde Bidu e seus amigos falam e se comportam como seres humanos, aqui os autores optaram por algo mais próximo do comportamento e das situações vividas por cães de verdade. Assim, iniciamos a leitura com Bidu procurando comida e voltando para seu lar, um terreno baldio onde reina soberano do alto de um carro velho e abandonado. Vemos ele disputando esse espaço com o excêntrico Bugu, que não solta o seu bordão "Alô, mamãe", ao menos não diretamente, mas continua querendo roubar o posto de personagem principal. 


Quando vai parar no canil, Bidu se junta ao fiel amigo Duque, o cão de olhos verdes, contra o grandalhão Rufios, que lhes aplica uma bela surra. Impossível também não identificar o olhar triste de um cão abandonado, no momento em que Bidu se dá conta do quanto é solitário e precisa de um dono, assim como todos os outros cachorros. 

Além dos personagens citados, o assistente Manfredo e a protetora Dona Pedra, também aparecem na história. Quem aparece muito pouco é o Franjinha, o que é compreensivo se considerarmos que a trama é focada no Bidu, mas o garoto inventor estrela algumas cenas de desencontro que são fundamentais pra deixar o leitor apreensivo, esperando o momento em que o cão e seu dono vão enfim se reunir.  

Emoções à parte, possivelmente o único defeito desta obra seja o roteiro um tanto simples, que não apresenta grandes momentos, romance ou reviravoltas. Essa simplicidade garante uma leitura tranquila e agradável, mas a rapidez com que as coisas acontecem passa a sensação de que poderia haver um pouco mais de conteúdo. 


Ficha Técnica


Veredito: Utilizando-se dos recursos visuais de forma criativa e inovadora, os autores criaram uma obra que instiga o leitor a observar e captar em cada detalhe o sentimento ou o apuro pelo qual o cãozinho azul está passando. Isso cria uma grande identificação, como se pudéssemos mais do que acompanhar, participar da história, buscando pistas e esperando pelo emocionante final, em que a recompensa merecida chega, após um dia difícil. Essa é a principal mensagem de Bidu - Caminhos, que se não é genial em termos de roteiro, é muito gratificante na parte visual e em proporcionar uma leitura leve e revigorante.




Galeria



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