19/07/2021

Review: Piteco Ingá


Numa aventura pré-histórica que mescla história e folclore, Piteco Ingá se destaca por sua bela arte em aquarela e por reimaginar todo aquele cenário do tempo das cavernas trazendo-o para mais perto das raízes ancestrais do nosso Brasil.  .







Piteco Ingá - Crítica

Criado por Maurício de Sousa em 1964, Pithecanthropus Erectus da Silva, o Piteco, é um homem das cavernas que mora na aldeia de Lem, caça dinossauros e foge da Thuga, uma mulher que tenta a todo custo se casar com ele. Inspirado em personagens como Brucutú e Tarzan, Piteco é um tanto bruto e não se destaca por sua inteligência.

Nesta aventura, Thuga se sente solitária e pouco importante na aldeia. Após nova rejeição de Piteco, ela decide sair dali. Porém, no caminho é capturada por um grupo de homens-tigre que pretende oferece-la em sacrifício ao seu deus-tigre em troca de uma cura para a princesa da tribo, que está doente.


Piteco se preocupa com o sumiço da amiga e decide partir em seu socorro. Para isso ele conta com a ajuda de dois amigos com habilidades bastante distintas. Beleléu é um jovem cheio de truques e que usa instrumentos criados por ele mesmo para se safar das mais variadas situações. Ogra é a típica guerreira, forte e muito ágil, capaz de encarar vários inimigos ao mesmo tempo. Thuga, mais à frente, é retratada como uma espécie de xamã, com poderes baseados em sua fé. Essa variedade de papéis é muito interessante e deve agradar principalmente quem curte RPGs.

O roteirista e desenhista Shiko, soube aproveitar muito bem a riqueza do folclore brasileiro em suas criaturas míticas e ligadas à natureza. Tirando inspiração da cultura indígena e da existência da pedra do Ingá, um monumento arqueológico real que se localiza no estado da Paraíba, o autor enriquece ainda mais o universo dos personagens, trazendo-os para mais perto das raízes da nossa nação. 


A arte, com quadros pintados em aquarela, é bela e traz um ar de originalidade e identidade própria à obra, casando perfeitamente com a proposta do tema.

O único ponto que não me agradou muito foi o roteiro, que embora bem construído, não consegue transmitir uma sensação de urgência ou perigo ao leitor. As criaturas são vencidas com relativa facilidade e mesmo os homens-tigre não são realmente tão ameaçadores. O final é bem resolvido, porém parece que faltaram páginas para contar a história, ficando a impressão de que tentaram acelerar os eventos, próximo do seu desfecho.


Ficha Técnica


Veredito: Com uma história simples, fortemente influenciada pelas raízes indígenas e pela cultura folclórica brasileira, e um visual que destaca essa ideia, Piteco Ingá é, acima de tudo, um trabalho autoral, que mostra muito do estilo e das convicções de seu autor. Como adaptação da obra original ela é muito criativa e faz mudanças importantes, mas sem desrespeitar as características principais dos personagens. É uma obra para ser apreciada e que certamente traz um grande valor a qualquer coleção.



Galeria
 



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