24/07/2021

Review: Viúva Negra


O passado de Natasha volta para assombra-la no novo filme do Marvel Studios. Viúva Negra revela as origens da personagem, e questões há muito esquecidas que precisam ser resolvidas, em meio a muita ação e adrenalina.





Viúva Negra - Crítica (sem spoilers)

Retratada nos quadrinhos como uma perigosa espiã russa, uma renomada agente da S.H.I.E.L.D. e uma valorosa Vingadora, Natasha Romanoff, também conhecida como Viúva Negra, fez sua estreia no MCU (Universo Cinematográfico Marvel) no filme Homem de Ferro 2, de 2010. Enviada por Nick Fury para convencer Tony Stark a integrar a recém-criada "iniciativa Vingadores", Natasha usava de muita sensualidade e sua incrível habilidade em combate para atingir seus objetivos.

Contando com o carisma de sua intérprete Scarlett Johansson, a heroína saiu do papel de coadjuvante ao estrelar o filme Os Vingadores (2012) junto de outros talentosos atores como Robert Downey Jr., Chris Evans e Mark Ruffalo, ganhando cada vez mais destaque, uma personalidade mais bem definida, e até mesmo um papel de liderança, até o desafio final contra Thanos em Vingadores: Ultimato (2019).

Um filme solo da Viúva Negra é uma ideia que já vinha sendo cogitada há muitos anos,  mas as filmagens, comandadas pela diretora Cate Shortland, que foi uma escolha da própria Scarlett Johansson, só foram realizadas em 2019. O filme inicialmente deveria ter sido lançado em maio de 2020, mas acabou sofrendo vários adiamentos devido à pandemia. Finalmente estreando mundialmente nos cinemas e sob demanda no Disney+ em 9 de Julho de 2021, Viúva Negra fez 218 milhões de dólares (cinema + streaming) em seu lançamento, recebendo uma grande maioria de avaliações positivas de crítica e público.


O filme inicia mostrando uma Natasha pré-adolescente, vivendo nos EUA nos anos 90, ao lado de uma irmã mais nova, Yelena, e de um casal de agentes russos que precisa fugir do país após cumprir uma missão. Chegando em Cuba, a família é desmantelada, e as jovens irmãs são enviadas separadas à Rússia para serem ingressadas num obscuro programa de treinamento denominado Sala Vermelha.

Muitos anos depois encontramos Natasha fugindo do governo dos EUA após ter desrespeitado uma lei federal que exigia o registro de super seres, visto no filme Capitão América: Guerra Civil (2016), ao mesmo tempo em que é caçada por um implacável agente russo, graças a uma encomenda enviada por sua irmã, com quem ela não tinha contato desde a infância.

Situado pouco antes de Vingadores: Guerra Infinita, o filme tem a qualidade de homenagear o legado da Viúva Negra nos 6 filmes em ela que participou, sem fazer disso um item obrigatório para quem deseja apenas ver um bom filme de ação ou está descobrindo a personagem pela primeira vez.

No entanto, quem estava sentindo falta da bem sucedida "fórmula" utilizada pelo Marvel Studios em seus filmes, que mistura cenas de ação espetaculares com humor e piadas pontuais, diluindo os dramas dos personagens em doses mais leves, vai se sentir "voltando pra casa" com esse filme.


Natasha possui traumas ligados ao seu treinamento na Sala Vermelha, aos assassinatos que cometeu em seus tempos de espiã e, particularmente, a um evento envolvendo um ataque com consequências trágicas. O encontro com sua irmã, e a descoberta de que a Sala Vermelha ainda existe e continua sequestrando crianças para transformar em Viúvas Negras, faz com que as duas reúnam sua antiga família para acabar de uma vez com o "cabeça" da organização, o inescrupuloso general Dreykov.

Todo esse núcleo de atores que tem David Harbour, o "pai" da família, como uma espécie de Capitão América russo fracassado chamado Guardião Vermelho, Rachel Weisz como a "mãe" e cientista Melina Vostokoff, e o vilão, vivido por Ray Winstone, é muito bom e traz uma ótima carga dramática e, por vezes cômica, para a produção. No entanto, o coração do filme reside na interação das duas irmãs, Natasha e Yelena, vividas pelas atrizes Scarlett Johansson e Florence Pugh.  

Florence Pugh conseguiu criar, em apenas um filme, uma personagem tão boa e carismática, que fica até difícil imaginar uma parceira melhor para a Viúva Negra. A dinâmica da dupla nas cenas de ação e, principalmente, nas divertidas situações em que interagem como irmãs, com provocações e coisas bobas que despertam emoções e risos no público são um dos melhores acertos do filme, que conta ainda com sequencias de ação, perseguição e explosões de tirar o fôlego.


A escolha da diretora Cate Shortland também se mostrou muito acertada. Acostumada a filmes de menor orçamento, focados em dramas pessoais e na boa condução dos atores, a diretora conseguiu juntar o melhor de dois mundos, obtendo boas atuações de seu elenco e utilizando muito bem os 200 milhões de dólares que tinha à disposição para criar lindas cenas de ação, filmadas em vários locais ao redor do mundo.

A diretora ainda tratou de forma digna, na medida do possível dentro de uma produção Marvel/Disney, a delicada questão do sequestro e uso de pessoas, para diversos fins, contra a sua vontade. Algo que teve uma mensagem mais forte na figura do Treinador, o maior vilão, em termos físicos, do longa. Ainda que a solução tenha sido simples demais, ela condiz com o clima mais super-heroico do filme.

Ao final dos créditos há uma importante cena que liga Viúva Negra a uma outra produção que deve chegar em breve ao Disney+. E, talvez, seja um indício de que uma certa personagem apresentada aqui tenha um grande futuro pela frente! 


Ficha Técnica


Veredito: Após uma longa ausência de produções do Marvel Studio nos cinemas, Viúva Negra veio para nos lembrar do motivo de gostarmos tanto desses filmes. A ação, o humor, e as caracterizações dos personagens estão todos aqui, funcionando muito bem entre cenas de luta e perseguição espetaculares, e contando com um tempero especial de traumas e questões familiares mal resolvidas. Alguns dirão que esse filme veio tarde, mas eu acredito que a heroína, e sua história, ainda são relevantes o bastante para ter uma trama de origem, ainda mais se considerarmos a cena pós-crédito que reinsere o contexto do longa ao atual cenário das produções Marvel. Se o filme valeu ou não a espera, pode depender da altura da expectativa de cada um. Para mim, é um ótimo filme, divertido e bom de assistir como a maioria dos filmes Marvel, e bastante fiel ao legado da Viúva Negra nos cinemas.



Galeria 






A atriz Scarlett Johansson disse que Viúva Negra tem inspirações em filmes como Logan (2017), O Fugitivo (1993) e O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991).

* As filmagens de Viúva Negra duraram 87 dias e foram rodadas em três continentes. A equipe de produção do filme ficou com base nos estúdios Pinewood, nos arredores de Londres, enquanto filmava em diferentes locações no Reino Unido, Noruega, Hungria, Marrocos e Estados Unidos

* O compositor Lorne Balfe criou a trilha sonora do filme homenageando a música folclórica russa. Alguns dos ritmos são balalaicas, duduks, dombras e violas de roda. Além disso, um coro de 20 vozes femininas foi adicionado em algumas canções.

* No novo filme, Natasha aparece com um uniforme branco, bem diferente do que os fãs estão acostumados a ver na personagem. A figurinista Jany Temime conta que a mudança responde ao cenário e ao enredo, tendo sido baseada em roupas militares feitas para combater na neve. 

* Uma subtrama muito explorada no filme é a Sala Vermelha, o rigoroso e polêmico programa de treinamento das Viúvas que marcou Natasha em todos os aspectos da sua vida. Em Viúva Negra, a mitologia dessas guerreiras implacáveis se expande com a aparição de 22 Viúvas na história.

* Scarlett Johansson, Florence Pugh, Rachel Weisz e David Harbour tiveram que passar por um treinamento intenso para conseguirem realizar a maior parte das cenas de ação e luta do filme. Junto com Johansson, Pugh teve que treinar intensamente em técnicas como kickboxing, lançamento de faca, taekwondo e treinamento de dublês. 



Para saber mais sobre a Viúva Negra e identificar as diferenças entre a personagem nos quadrinhos e no cinema, acesse: Profile: Viúva Negra! 

Para mais reviews e matérias especiais sobre filmes, acesse: Filmes!

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