10/08/2021

Review: Falcão e o Soldado Invernal


Após os acontecimentos de Vingadores: Ultimato, Sam Wilson/Falcão e Bucky Barnes/Soldado Invernal se juntam em uma aventura global que testa suas habilidades, enquanto os obriga a lidar com o legado do Capitão América.





Falcão e o Soldado Invernal - Crítica (sem spoilers)

Repleta de cenas de ação que não devem nada às vistas nos cinemas, e contando com o elenco original dos filmes, Falcão e o Soldado Invernal é a série mais dentro dos padrões do que se pode esperar de uma produção do Marvel Studios para a TV, e isso está longe de ser ruim. 

No primeiro dos 6 episódios vemos o Falcão numa perseguição aérea ao grupo de Batroc, um terrorista antes visto em Capitão América: O Soldado Invernal, e temos a nítida impressão de estarmos vendo um filme, uma espécie de quarto longa do Capitão, tão grande é a integração com o MCU. Essa sensação é reforçada quando vemos que a série continua pouco tempo depois dos eventos de Vingadores: Ultimato, com o mundo se adaptando ao retorno de bilhões de pessoas do "estalo" de Thanos e Sam Wilson precisando lidar com o legado e o escudo deixado para ele por Steve Rogers. 

Em paralelo vemos Bucky Barnes tentando se redimir de seu passado como o Soldado Invernal, aparando arestas e buscando ficar em paz com seus velhos fantasmas.




A relutância de Sam em assumir o posto de Capitão América abre espaço para a entrada de outro interessante personagem na história, o "queridinho" do exército americano, John Walker. Essa decisão também causa um forte abalo na amizade de Sam e Bucky, que entende que o Falcão não honrou a escolha do Capitão para assumir o seu lugar.

Em meio a tudo isso um grupo terrorista intitulado Apátridas, realiza diversos ataques sob o lema "um só mundo, um só povo", impulsionados pela queda de várias fronteiras quando a população mundial foi reduzida à metade.

Mais do que simples terroristas, os Apátridas parecem ter poderes semelhantes aos de Steve Rogers, o que deixa a todos intrigados e forma uma improvável aliança entre Sam, Bucky, John Walker, e até mesmo o perigoso Barão Zemo.

Na busca por respostas, o grupo acaba contando com a ajuda de Sharon Carter, que se encontrava escondida na ilha de Madripoor, foragida do governo americano.




Ver tantos rostos familiares reunidos é muito bom, principalmente quando se tem tempo para aprofundar esses personagens que, em outras produções, ficavam meio que em segundo plano. 

Sam Wilson tem sua família, seus valores e suas dúvidas expostas, assim como a sua condição de ex-vingador e militar negro, com dificuldades financeiras e com um reconhecimento bem abaixo do merecido. A questão do racismo, por sinal, é mostrada de forma leve e bem humorada na maior parte do tempo, mas cresce em tom e importância, no momento certo, a partir da revelação de um personagem cuja a história trágica inspira o Falcão a assumir uma postura mais ativa e politizada. 

Bucky obviamente também recebe uma boa atenção do roteiro, que apresenta um lado bem mais humano, ultrapassando o perfil atormentado de um ex-assassino, e flertando com o humor de situações comuns a um homem "fora de sua época" e que deseja deixar a solidão para trás. Mas esse cuidado se estende para além dos protagonistas. John Walker, por exemplo, é um personagem bastante complexo e suas nuances são bem trabalhadas tanto pelo enredo quanto pelo ator Wyatt Russel. E o que dizer do Barão Zemo de Daniel Bruhl que aqui deu um salto em relação à Capitão América: Guerra Civil, roubando a cena com estilo a cada vez que aparece.
 



A história em si não tem nada de muito especial, mas o fascínio em torno do legado do Capitão América, aliado a bons personagens, temas relevantes e cenas de ação muito bem conduzidas pela diretora Kari Skogland, são ótimas razões para assistir a essa série. 

A vilã Karli, líder dos Apátridas, é boa, embora sofra de algo que se estendeu a boa parte da produção em seu capítulo final: uma estranha falta de noção do que fazer quando a "guerra", anunciada desde o primeiro episódio, realmente explode. Em sua conclusão, as lutas parecem menos coreografadas, as cenas com efeitos ficam mais escuras e os personagens parecem menos coerentes em suas ações, exceção feita a John Walker e Sam Wilson que demonstram grande evolução e amadurecimento em suas jornadas. Essa pequena queda de qualidade pode ser resultado de uma produção apressada ou com orçamento reduzido para essa conclusão.

Um detalhe, relacionado à Sharon Carter, também não me pareceu muito bem construído, embora isso possa ser melhor trabalhado em produções futuras, assim como a aparição da misteriosa Condessa Valentina de Fontaine, interpretada pela talentosa Julia Louis-Dreyfus. 

Falcão e o Soldado Invernal tem duas cenas pós-créditos, uma ao final do episódio 5 e outra ao final do episódio 6.



Personagens principais


Sam Wilson / Falcão (Anthony Mackie) 

Um dos primeiros heróis negros das histórias em quadrinhos, o Falcão foi criado por Stan Lee e Gene Colan no final dos anos 1960 para trabalhar em dupla com o Capitão América, tendo repetido essa parceria muitas vezes, inclusive no cinema.


James "Bucky" Burnes / Soldado Invernal (Sebastian Stan)

Bucky foi criado por Jack Kirby e Joe Simon na década de 1940 para ser o parceiro do Capitão América nos quadrinhos, em sua luta contra os nazistas. Dado como morto na mesma batalha em que o Capitão desapareceu, Bucky também retornou, muitos anos depois, como o Soldado Invernal. 


Sharon Carter (Emily VanCamp)

Sharon Carter, também conhecida nos quadrinhos como Agente 13, é comumente associada à S.H.I.E.L.D., aliada e interesse amoroso do Capitão América. Nos cinemas ela é sobrinha-neta de Peggy Carter, o grande amor da vida de Steve Rogers. Acusada de ajudar o Capitão durante a Guerra Civil, Sharon inicia a série como foragida dos EUA.


Karli Morgenthau (Erin Kellyman)

Inspirada num vilão pouco conhecido dos quadrinhos, o Apátrida (Flag-Smashers), Karli lidera um grupo armado e fisicamente aprimorado de terroristas que acreditam na unificação da humanidade por meio da violência, abolindo o nacionalismo e pregando a igualdade com o fim de todas as fronteiras.


John Walker (Wyatt Russel)

Assumindo as identidades de Super Patriota e Agente Americano nos quadrinhos, John Walker tornou-se o Capitão América num momento em que Steve Rogers foi obrigado a deixar o escudo. Disciplinado e emocionalmente instável, John é um soldado que pode atuar a favor dos heróis ou contra eles.

Barão Zemo (Daniel Bruhl)

Inimigo clássico do Capitão América nos quadrinhos, Zemo teve duas versões, uma nos tempos da Segunda Guerra, e outra mais atual. Filho do Barão original, Helmut Zemo se voltou contra os Vingadores para vingar o seu pai. Nos cinemas, Zemo é um idealista que busca vingar a morte de sua família no ataque de Ultron a Sokovia. 




Ficha Técnica



Veredito: Com uma produção e elenco comparáveis a uma produção da Marvel nos cinemas, Falcão e o Soldado Invernal é mais do que um filme de 6 horas dividido em capítulos. Os personagens, bem trabalhados, e os temas sociais relacionados ao racismo, à imigração e ao preconceito em geral, trazem mais profundidade à história. Ao mesmo tempo em que temos toda a ação e humor característicos das franquias de heróis. Sendo assim, recomendo essa obra a todos os fãs da Marvel, em especial aos que gostaram dos filmes do Capitão América, e de séries de ação com um leve teor social.


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