Uma história tocante de amizade com a nossa turminha favorita!
Turma da Mônica: Laços - Graphic MSP
Review (com alguns spoilers da história)
Saudosismo, essa é a palavra que melhor define meu sentimento durante a leitura desta obra. Como leitor de quadrinhos desde muito cedo, tive nas historinhas da Turma da Mônica uma fonte infinita de diversão e de incentivo à imaginação. Reencontrar esses personagens hoje, já adulto, numa aventura mais longa, com mais tempo para explorar as características únicas de cada um, e seu papel dentro do grupo, foi, sem dúvidas, uma experiência muito gratificante.
O modo como os irmãos Vitor e Lu Cafaggi capturam e adaptam a essência dos personagens clássicos de Maurício de Sousa transformando-os em algo diferente, mas ainda plenamente reconhecível, é notável.
O sucesso do primeiro filme com atores reais, Turma da Mônica: Laços, despertou em muita gente a curiosidade em conhecer a história em quadrinhos que o inspirou. E essa é a razão de eu estar escrevendo essa crítica, mesmo já tendo passado algum tempo de seu lançamento, e com o segundo filme já disponível (veja a resenha da HQ de Lições aqui, e a resenha do filme, em breve).
Na história, Cebolinha precisa encontrar seu cachorro, e melhor amigo, Floquinho, que desapareceu quando a mãe do garoto se descuidou e deixou o portão de casa aberto. Tem início então a jornada de Cebolinha, e seus amigos, Mônica, Cascão e Magali, pelo bairro e locais próximos, em busca de pistas que o levem ao cãozinho, se metendo em algumas confusões e reforçando os laços de amizade que os unem.
Toda a sequencia inicial, com a Mônica perseguindo os meninos após mais um plano fracassado do Cebolinha para roubar o coelho de pelúcia dela, o Sansão, é muito divertida, além de ser uma clara homenagem aos gibis originais. Neste momento temos a participação de outros personagens da turminha, como Titi e Aninha, Xaveco e Maria Cascuda, entre outros. Tudo isso no ótimo traço, muito dinâmico e com cara de desenho animado, de Vitor Cafaggi.
Antes disso ainda, e mais a frente em outros momentos que retratam o passado, temos o traço terno de Lu Cafaggi, numa cena que mostra o primeiro encontro do Cebolinha com o Floquinho, ambos bem novinhos.
Essa sensibilidade e carinho dos autores com os personagens é uma das coisas que mais me cativou e me fez embarcar nesta aventura, que é bem simples até, do ponto de vista narrativo, mas tem ótimos momentos que destacam a individualidade de cada um, e o companheirismo de todos, entre si. Em comparação ao filme, acredito que a HQ traga menos conflitos e ocasiões que exijam superação, mas é igualmente prazeroso vê-los agir de forma mais lúdica, como no final, onde a turminha usa uma encenação da peça de Peter Pan para vencer os desafios e levar o Floquinho pra casa.
O vilão, um pouco menos caricato que no filme, não chega a assustar, mas traz algum elemento de perigo às crianças em certo momento, assim como o grupo de "meninos maus", que no fundo são apenas valentões e acabam se redimindo, numa bela lição da história.
Não há a participação do Louco, mas a sequencia com o morador de rua que vive no parque é quase tão "surreal" quanto. E, dentre os muitos instantes de emoção e nostalgia da trama, o que eu mais gostei foi a retratação do momento em que a turminha, praticamente bebês ainda, se conheceu. Os primeiros passos e a formação dos laços que unem esses quatro, inseparáveis e inconfundíveis, amigos. Impossível não sorrir ou se comover.
Veredito: O talento dos autores, Vitor e Lu Cafaggi, em recriar momentos clássicos dos gibis de Maurício de Sousa e, ao mesmo tempo, contar uma aventura original, que diverte e cativa pela simplicidade, é uma ótima razão para eu recomendar essa obra. Os laços, do título, aparecem citados de várias formas na história mas, sem dúvida, o sentido de aliança ou união entre amigos é o que melhor expressa a mensagem que essa excelente HQ, belamente ilustrada e roteirizada, tenta passar. É diversão de alta qualidade para leitores de todas as idades.
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