19/02/2022

Matrix 4 - Opinião


O retorno a uma das maiores franquias de ação de todos os tempos!




Matrix Resurrections • 2021 
Ação/Ficção Científica • 2h28min • 14 anos
Direção: Lana Wachowski
Elenco: Keanu Reeves, Carrie-Anne Moss, Jessica Henwick, Jonathan Groff, Jada Pinkett Smith, Priyanka Chopra, Yahya Abdul-Mateen II, Neil Patrick Harris 
Nota: 2,5 (de 5) • Onde Assistir: HBO Max


Opinião (com alguns spoilers)

Desde 2003, ano em que foram lançados Matrix 2 e 3, que a Warner Bros tenta convencer os criadores da franquia, as irmãs Lilly e Lana Wachowski, a produzir uma continuação para a sua famosa trilogia.

Eis que, no final de 2021, Matrix 4, ou Matrix Resurrections, chega aos cinemas, atiçando a curiosidade dos fãs e de uma geração inteira que talvez só tenha ouvido falar desse fenômeno iniciado em 1999 e que se estendeu pelos anos 2000. 

Mas, será que este novo longa, produzido e dirigido apenas por Lana Wachowski, é de fato uma continuação da trilogia original? A resposta é sim! É necessário ou minimamente relevante? Em minha opinião, não.


No final do terceiro filme, vemos Neo, após perder a sua amada, se sacrificar para destruir a Matrix, corrompida pelo poder do agente Smith, possibilitando assim um futuro pacífico entre humanos e máquinas. Um desfecho digno, épico e definitivo para a saga de Neo, Trinity, Morpheus, e tantos outros personagens que marcaram época nos cinemas.

Apesar de mostrar um cenário avançado no tempo, mas que ainda leva em conta tudo o que aconteceu antes, a justificativa para a volta dos protagonistas, a meu ver, é pouco inspirada e confusa. 

A nostalgia está presente não apenas no retorno de velhos conhecidos, como também em cenas de flashback que, de forma muito criativa, são apresentadas como se fossem partes de um jogo de videogame criado pelo personagem principal. Essa é o aspecto positivo da questão. O aspecto negativo fica por conta da ironia exagerada na reconstrução de alguns momentos icônicos da trilogia, fazendo parecer que se trata quase de uma paródia da mesma, ou então uma sabotagem proposital da autora a esse retorno "forçado" à franquia depois de tantos anos.

Um momento bastante emblemático acontece numa cena em que um personagem é obrigado a fazer uma sequencia para a sua obra sob o argumento de que esta será feita, com ou sem a sua participação. Essa e outras críticas às práticas nocivas de grandes empresas no meio criativo, se juntam ao grande questionamento que permeia toda a saga: é melhor viver na segurança de um comportamento que se encaixe no "movimento de gado" incentivado pelo topo da "cadeia alimentar" da sociedade, ou se arriscar numa vida com liberdade, mas cheia de incertezas, perigos e perseguições?



Com o maior orçamento da franquia, cerca de 190 milhões de dólares, Matrix Resurrections tem boas cenas de ação, que aproveitam o avanço da tecnologia de quase 20 anos desde o último filme, empolgando por sua beleza gráfica e ao revisitar situações e lugares já conhecidos dos fãs. Apesar disso, não parece haver a mesma inovação e ousadia de antes, e a própria trilha sonora soa inferior a dos filmes clássicos. 

A troca de atores de Morpheus e do agente Smith não me agradou, não pela falta de talento dos novos rostos, mas por seu carisma não estar à altura de Laurence Fishburne e Hugo Weaving, respectivamente. Os novos personagens, em especial a capitã Bugs e o vilão conhecido como "o Analista" foram uma bela adição à trama. Neil Patrick Harris parece se divertir no papel do antagonista e faz um contraponto perfeito a figura mais introspectiva de Keanu Reeves neste filme. 

Neo, por sinal, passa boa parte do tempo bastante apagado, e mesmo quando recupera os poderes faz um uso exaustivo de uma espécie de "campo de força", que o protege de tiros, explosões e todo tipo de dano, o que acaba tirando do expectador qualquer oportunidade de temer pela vida do personagem. Talvez esse "rebaixamento" na importância e no status do herói na trama tenha sido para exaltar mais a figura da Trinity, algo que, na minha visão, acaba parecendo gratuito, uma vez que a heroína sempre foi muito forte e poderosa desde o primeiro filme.  

VereditoMatrix 4, como filme de ação, proporciona uma boa diversão, apesar da longa duração (quase 2 horas e meia!). Sem contar com a outra metade da equipe criativa, o roteiro parece carecer de maior inspiração, reciclando ideias, apresentando poucos elementos novos que acrescentem algo relevante, e fazendo piadas com alguns momentos bastante lembrados pelos fãs, o que pode desagradar alguns destes. Eu, particularmente, não me senti "ofendido" enquanto fã, principalmente por achar que Matrix poderia ter tido somente o primeiro filme, que "explodiu minha mente" quando assisti pela primeira vez, e que considero um dos melhores e mais influentes filmes do final dos anos 1990. Mas, considerando a franquia como um todo, ainda prefiro muito mais o 2 e 3 do que este quarto. Recomendo assistir sem muitas expectativas, aproveitando os personagens novos, a ação, o visual atualizado e a nostalgia que, para o bem ou para o mal, está presente do início ao fim.  


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