James Bond está de volta fechando o arco iniciado em Cassino Royale. A organização Spectre é finalmente revelada, assim como o homem que a comanda, trazendo uma desagradável e familiar surpresa para 007.
007 Contra Spectre - Crítica
E eis que a franquia 007, uma das minhas favoritas, chega ao seu vigésimo quarto filme, que aparentemente encerra o ciclo de Daniel Craig como o James Bond mais "realista" de todos.
Para aumentar meu entusiamo, antes de ir ao cinema, fiz uma maratona com os três filmes anteriores da série, todos com Craig como protagonista. Cassino Royale ainda é meu preferido, seguido de perto por Skyfall, que achei melhor nesta segunda vez, e deixando Quantum of Solage na lanterninha.
Vamos então às minhas impressões sobre o novo filme.
Mantendo praticamente o mesmo elenco principal e o mesmo diretor de Skyfall, Sam Mendes, era de se esperar que Spectre fosse tão bom ou melhor que seu antecessor, o que, em minha opinião, não é.
O vilão vivido por Christoph Waltz é bom, embora falhe em emular um outro vilão clássico da série, e a mocinha da vez, a bela atriz Léa Seydoux agrada aos olhos, mas não possui o ar misterioso de uma Eva Green, ou o carisma da veterana Monica Bellucci, que aliás, faz uma ponta no filme.
O roteiro tenta ligar os pontos e concluir a história vista nos filmes anteriores, colocando a organização Spectre como a responsável pelos tormentos vividos por Bond nos últimos anos. Algo interessante, mas que não tem o impacto esperado na tela.
A tradicional cena inicial, na cidade do México durante o dia dos mortos, é tensa e bem produzida, assim como é a maioria das cenas de ação e perseguição do longa. A interação entre Bond e Moneypenny é divertida e, de certa forma, compensa a ausência da M. Isso também acontece nas várias vezes em que Bond vai pedir favores ao jovem Q, o gênio de mil e uma utilidades. A figura do capanga fortão e quase indestrutível volta a dar as caras na franquia e rende boas disputas com 007. E o novo M, vivido por Ralph Fienne, mais uma vez não compromete.
Pesando os prós e os contras, 007 Contra Spectre é um bom filme, melhor que Quantum of Solage, com sequencias de ação bem feitas, mas sem a inovação de Cassino Royale ou as viradas dramáticas de Skyfall.
Analisando os quatro filmes como um todo, o estilo inspirado na franquia "bourne" serviu para injetar ânimo e mexer um pouco com os velhos clichês. Mas, correndo o risco de ter criado novos clichês e desgastado novamente o gênero de espionagem, acredito que uma mudança neste ponto seria bem vinda. Não se trata apenas de trocar o protagonista, uma vez que Craig parece cansado do papel, mas de algo mais.
Talvez esse algo mais pudesse vir da introdução de uma parceira feminina forte, como no último Missão Impossível ou, olhando para a própria franquia, no bem sucedido O Amanhã Nunca Morre. Ou ainda fazendo uso de um tom mais assumidamente cômico, como visto recentemente em Kingsman, ou retornando à receita básica da maioria dos filmes estrelados por Roger Moore.
O Bond moderno serviu a seu propósito e deixou um bom legado, mas acredito que o melhor caminho agora seja mesmo beber da fonte e retomar uma abordagem mais clássica para que o bom e velho James Bond, que todos
conhecemos e aprendemos a gostar, possa brilhar novamente.
conhecemos e aprendemos a gostar, possa brilhar novamente.
Ficha Técnica
Veredito: Com cenas de ação de tirar o fôlego e varias referências tanto aos filmes novos como aos antigos, 007 Contra Spectre deve agradar aos fãs do gênero, pois tem praticamente tudo o que se espera de um filme de James Bond. No entanto, tirando a sequencia inicial no México, tudo o mais parece uma repetição de coisas já vistas em outros filmes, sem qualquer outro momento que pareça inovador ou, de fato, memorável. Tecnicamente não há o que reclamar, mas no que diz respeito aos diálogos e à execução da história, o diretor Sam Mendes parece ter ligado o piloto automático, evidenciando uma falta de personalidade que compromete bastante o resultado final.
Galeria de Imagens


Curiosidades
* 007 Contra Spectre é o quarto trabalho de Daniel Craig como protagonista da franquia. Segundo a produção, o ator está contratado para Bond 25, mas Craig soltou declarações polêmicas na mídia, dizendo que prefere "cortar os pulsos" a voltar a ser James Bond.
* Há rumores de que Christopher Nolan foi convidado para dirigir o 007 Contra Spectre, mas os produtores decidiram trazer Sam Mendes de volta. Segundo um dos produtores da franquia, o sonho de trabalhar com Nolan ainda não foi descartado.
* Aos 50 anos de idade, Monica Bellucci ultrapassou Honor Blackman como a "Bond Girl" mais velha da franquia. Blackman tinha 38 anos quando atuou em 007 Contra Goldfinger (1964).
* Gary Oldman foi convidado para interpretar o vilão Oberhauser, mas o ator estava indisponível para cumprir a agenda de 6 meses de gravações.
* O filme foi gravado em diversas locações em comum com 007 Marcado para a Morte (1987), como Áustria, Marrocos e Inglaterra. A Cidade do México e Roma também serviram de cenário para o 24º filme da franquia.
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