21/06/2021

Review: O Espetacular Homem-Aranha 25


Comemorando a edição número 850 de Amazing Spider-man nos EUA, o escritor Nick Spencer convida os artistas Ryan Ottley, Humberto Ramos e Mark Bagley, para juntos contar um novo conflito do Homem-Aranha e do Duende Verde!





O Espetacular Homem-Aranha 25 - Crítica

O Homem-Aranha, um dos meus heróis favoritos (e de muita gente também), alterna entre boas e má fases nos quadrinhos, algo que acontece com praticamente todos os personagens, de um modo geral. Após um tempo afastado de suas histórias, resolvi dar uma chance a essa saga atual da volta do Devorador de Pecados, que tem sido bastante elogiada lá fora. E, apesar de algumas ressalvas, achei as edições que compõem essa revista, que compila todo o material publicado na comemorativa Amazing Spider-man #850, bem divertidas. 

Mas, antes de avaliar a revista em si, vale relembrar quem é o Devorador de Pecados e fazer um resumo do que está se passando nessa fase, que já está em andamento há algumas edições.

O Devorador de Pecados foi um dos vilões mais perigosos que o Homem-Aranha já enfrentou. Lunático e de comportamento agressivo, o Devorador acreditava estar destinado a expurgar o pecado das pessoas e para isso matava a sangue frio aqueles que entendia serem pecadores. Numa das tramas mais marcantes da vida de Peter Parker, o vilão matou uma pessoa próxima ao herói, que não o perdoou e o prendeu numa clínica psiquiátrica, culpando-o por seus crimes mesmo após o mesmo se dizer arrependido. Essa situação fez com que o vilão viesse a tirar a própria vida, o que gerou dolorosas cicatrizes psicológicas no herói.




Na fase atual, escrita por Nick Spencer, o Devorador foi trazido de volta à vida por um misterioso vilão chamado Condenado, que parece ter como maior objetivo infernizar a vida do nosso "escalador de paredes" preferido. Mais forte e com o novo poder de absorver os pecados e os poderes das vítimas de seus ataques, o Devorador passou a ''assassinar" super-criminosos, que então voltavam à vida regenerados, o que fez com que ele ganhasse a simpatia de parte da população. Algo que chocou o Homem-Aranha, que é contra qualquer tipo de morte. 

Após atacar e ganhar os poderes do Fanático, o Devorador de Pecados, agora praticamente indestrutível, volta sua mira para Norman Osborn, que no passado foi o temível vilão conhecido como Duende Verde. É nesse ponto que se inicia a trama dessa edição número 25.

Já há algum tempo livre da psicose causada pelo soro que o transformava no Duende Verde, Norman se vê forçado a voltar a ser o odioso Duende para se defender do Devorador de Pecados, ao mesmo tempo em que o Aranha precisa se aliar ao seu maior inimigo para tentar deter um mal maior.

Juntos, Homem-Aranha e Duende Verde travam uma extensa batalha contra o Devorador e seus asseclas, com direito a muitas explosões e cenas de combate corporal.  




Mas, o que poderia ser só mais uma sequência de pancadaria como vimos com certa frequência em quadrinhos de super-heróis, ganha ares muito mais interessantes quando o autor explora o passado e o ódio/ressentimento mútuo que existe entre o Duende e o Aranha, retomando questões antigas como o fato de Norman, em certo momento, ter considerado Peter quase como um filho, para depois ter sido "traído" por ele quando o Homem-Aranha o confrontou. Ou ainda quando Peter admira o intelecto de Norman e lamenta o fato deste não ser utilizado para fazer o bem. 

A trágica morte de Gwen Stacy e tantas outras tragédias provocadas pelo Duende Verde, também voltam a atormentar as memórias de Peter que, mesmo assim, ainda luta heroicamente para defender a vida de seu inimigo. 


Isso ajuda a diminuir a sensação de que a transformação de um vilão tragicamente desequilibrado, que causava ameaça por isso, num monstro fortão que esmaga tudo pela frente, tenha sido meramente um recurso para juntar os dois antagonistas contra um oponente em comum.   

As decisões, de ambos os lados, que condizem plenamente com as personalidades divergentes do Aranha e do Duende, e a situação limite a que o herói é exposto no final, com Norman interagindo de forma maliciosa junto aos aliados do Aranha, particularmente com a Gwen de outra dimensão, trazem uma camada extra de tensão a esse encontro, que deve render consequências nas histórias que virão a seguir. 




Na arte temos três artistas diferentes, um para cada capítulo do arco principal desta edição, que é dividido em 3 partes. No primeiro capítulo vemos o estilo mais "moderno" de Ryan Ottley, que foi o desenhista regular dessa atual fase. No segundo, o visual mais arrojado e puxado um pouco pro mangá, de Humberto Ramos. E no terceiro, um traço um pouco mais clássico e muito conhecido de quem acompanhou a versão "Ultimate" do Homem-Aranha, de Mark Bagley. 

Eu, particularmente, gosto dos três trabalhos e, mesmo reconhecendo que são bastante diferentes entre si, acredito que todos se encaixam bem no perfil mais ágil, de ação e movimento, que as histórias do "amigão da vizinhança" pedem. E, apesar de preferir a continuidade de um único ilustrador por arco, entendo que essa é uma edição comemorativa, por isso acho justo que desenhistas marcantes de fases recentes do Aranha tenham sido convidados a participar.

Sobre as outras três histórias curtas que complementam a revista, gosto da primeira, de Kurt Busiek e Chris Bachalo que, apesar de meio maluca, explora de forma divertida a relação conflituosa entre o jovem Homem-Aranha e J.J. Jameson. Já as outras duas são bem fracas, com roteiro e arte bem inferior as demais. Por fim, temos uma bela galeria de capas comemorativas com arte de vários artistas diferentes.


Ficha Técnica

 
Veredito: Após um bom tempo afastado, apostei num retorno à revista do Homem-Aranha nessa edição comemorativa e não me arrependi. Mesmo com uma trama já em andamento não tive dificuldade em me situar e curti bastante o roteiro e a arte da história principal dessa revista, que foca na relação conturbada entre Peter Parker e Norman Osborn, num momento em que suas contra-partes, Homem-Aranha e Duende Verde, precisam se aliar para enfrentar uma versão "turbinada" do Devorador de Pecados, outro vilão que causou sérios traumas na vida do Aranha. Sendo assim, recomendo essa edição que, apesar de não trazer o mesmo brilho dos grandes clássicos do herói, respeita a sua existência e soube trabalhar o aspecto psicológico de algumas questões de forma interessante. 






Galeria 





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