23/05/2021

Review: Vingadores Selvagens 1



O gigante de bronze da Ciméria, Conan, faz sua estreia no universo Marvel acompanhado de um grupo da pesada composto por Wolverine, Elektra, Justiceiro, Venom e Dr. Vudu, todos unidos contra o temível bruxo Kulan Gath.





Vingadores Selvagens 1 - Crítica

Juntar alguns dos mais populares e violentos personagens da Marvel num mesmo grupo denominado Vingadores Selvagens é uma ideia que dificilmente poderia dar errado. E foi apostando nisso que o roteirista Gerry Duggan chamou o desenhista Mike Deodato e juntos criaram esse título que de Vingadores mesmo só tem o nome. 

Tirando o pouco conhecido Dr. Vodu, que faz o papel do feiticeiro da equipe, todos os demais já tiveram destaque em seus próprios títulos, sejam mensais ou especiais, e já foram classificados como anti-heróis ou até de vilões em algumas histórias. Talvez por isso o roteirista não tenha receio algum em colocar seus protagonistas em situações bizarras que os levam ao limite da resistência física e mental. Wolverine é praticamente destroçado o tempo todo em cenas violentas que testam a eficiência do seu fator de cura. Enquanto que o Justiceiro tem uma cena no mínimo perturbadora com sua falecida família. 



Tais sequencias soam e são de fato exageradas, mas trazem algo de inovador em sua execução, transmitindo um sentimento de urgência e a (falsa) sensação de que não há limites para o que pode acontecer.

Por não se tratar de um título para maiores de 18 anos e trabalhar com personagens bastante populares é natural que essa liberdade criativa venha acompanhada de alguns limites, tais como castigar sim os protagonistas mas não ao ponto de mata-los e usar de efeitos de luz e sombras para não explicitar demais as cenas violentas. 

Nesse ponto, a arte de Mike Deodato é muito adequada pois demonstra grande fluidez nos movimentos dos personagens criando belos quadros em que o principal foco da trama, no caso a ação, ganha o devido destaque.



Não à toa o desenhista é considerado um dos melhores a trabalharem com o Wolverine nos últimos tempos, tamanha a intimidade com que exibe os movimentos ágeis e a letalidade das garras portadas pelo mutante canadense.

Devo dizer, no entanto, que a escolha do colorista Frank Martin talvez não tenha sido muito feliz, uma vez que sua paleta de cores escuras acaba não valorizando muito o traço do artista, chegando a deixa-la até meio grosseira em alguns momentos.


A história é um amontoado de clichês de tramas de ação, misturadas com terror e misticismo, sendo que boa parte dela é dedicada a tentar justificar a ida e a motivação de cada um dos personagens ao local onde se encontra o vilão Kulan Gath, no coração da Terra Selvagem, para que esse possa mata-los e lança-los numa bacia de sangue. O objetivo do feiticeiro é trazer de volta à vida um ser maligno conhecido como Jhoatun Lau. Kulan é um vilão repugnante e digno de ser odiado pelo seu arqui-inimigo, o bárbaro Conan.



Trazido ao universo Marvel regular durante os eventos da minissérie Vingadores Sem Rumo, Conan tem certa relevância aqui, afinal combate corporal, estilo capa e espada, é algo abundante nas páginas dessa revista, que traz muitas páginas de ação contra os numerosos ninjas do tentáculo. Mas em termos de história, sua interação com Kulan Gath é estranhamente pífia, diferente de seus momentos com o Wolverine, que rendem algumas situações divertidas, exibindo um misto de rivalidade e camaradagem entre os dois.

A interação superficial entre os membros do grupo também é algo que chama atenção negativamente. À exceção de Conan, todos os demais já se conhecem e, embora nunca tenham integrado uma mesma equipe antes, já possuem um passado que poderia ter sido explorado pelo escritor, trazendo amizades ou desavenças que enriqueceriam muito os diálogos e a ação coletiva. Nem mesmo a participação do Venom, que prometia ter algo a ver com a evocação do tal deus maligno, resultou em algo satisfatório num final simplório que parece ter sido escrito mais como um grande gancho para futuras aventuras.

Ficha Técnica

 
Veredito: Diante da grande expectativa criada em torno desse título por conta da escolha extremamente popular dos seus protagonistas, devo dizer que saí um pouco decepcionado com o resultado final. Esse primeiro encadernado de Vingadores Selvagens tem bons momentos, cenas de ação bem desenhadas e um clima de terror místico interessante, mas peca justamente naquilo que poderia ser seu ponto forte: a interação entre os personagens. Claro que ver o Justiceiro descarregar sua metralhadora num cenário basicamente medieval, enquanto Conan, Wolverine e Elektra cortam os inimigos com suas lâminas é empolgante, mas sem diálogos espertos e comentários irônicos, que claramente deveriam surgir dessas cenas, o que fica é só violência pura e simples. Porém, para os que curtem uma leitura mais simples, focada na ação, ou tem curiosidade de ver o Conan junto a personagens urbanos do universo Marvel essa edição pode ser uma boa pedida.   




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